sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHERES INCANSÁVEIS, CONTRA A OPRESSÃO, A POBREZA E A DESIGUALDADE



Desde quando a ONU, em 1910,  estabeleceu o dia 08 de Março como  Dia Internacional da Mulher a partir do trágico incêndio criminoso que matou 130  tecelãs em uma fábrica de Nova Iorque    em 1857,  quando exigiam redução de jornada, licença maternidade  e equiparação salarial com os homens, muitas coisas mudaram.
                Nesses 100 anos, o breve balanço que podemos fazer é que a luta avançou a passos lentos e muitas mulheres entregaram suas vidas e tombaram pela causa, mas grandes e importantes conquistas foram forjadas em todas as áreas nos  últimos 50 anos, empurrando as mulheres para atuarem em todas as profissões, acentuando seu papel como protagonistas dessas mudanças nas áreas das Ciências, das Tecnologias, da Filosofia,  Educação, Economia, da Política e tantas outras.
                 Hoje, já não basta mais só fazermos o discurso contra a violência sexista que estampam as manchetes diárias das mídias e revoltam a todas nós. Em todas as manifestações e pautas de  negociação as mulheres avançam em suas práticas e vão além, buscando ampliar a participação em outros campos da cidadania, exigindo Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Terra, Água e Agroecologia, pela Democratização dos Recursos Naturais;   Trabalho, Renda e Economia Solidária,  Garantia de Emprego e Melhores Condições de Vida e de Trabalho, Política de Valorização do Salário Mínimo,  Defesa da Saúde Pública e Educação  do  Campo  e Combate à Violência Sexista sob todas as suas formas (física e psicológica), pelo direito de decidir sobre seu corpo. Esses são temas  que hoje pontuam as lutas de todas as mulheres organizadas, em todas as instâncias de participação.  Em nosso país, milhares de cooperativas e empreendimentos mantidos por mulheres fazem a diferença nas suas comunidades, dando exemplo de garra e disposição. Muitas dessas são mulheres que viviam na dependência masculina e oprimidas nessa situação, mas que conseguiram se firmar e se empoderar, protagonizando mudanças para se libertarem como cidadãs criando um círculo virtuoso. 

                 Papel de destaque nas mudanças sociais e políticas, notícias dão conta de que as mulheres exerceram papel fundamental na redemocratização da Tunísia, na Índia a Gangue de Rosa, que reúne milhares de mulheres com saris rosa, enfrenta os homens pelas ruas contra a opressão, a violência doméstica e os vários casos de estupro coletivo. Há, ainda, na Índia a Universidade de Pés Descalços que forma mulheres pobres para atuarem de forma comunitária em várias áreas, desde saúde, moradia popular, energia sustentável, prática dentária e outras. Pelo mundo afora as mulheres estão  se movimentando pra mostrar a sua força e coragem, ocupando um lugar sempre negado na história.
                        
                       Nada, mas nada mesmo, é dado ou concedido sem a luta constante e  vigilante. Aqui, nas nossas fronteiras, muito já conquistamos e, sabemos, não basta termos colocado no cargo máximo do país uma mulher, temos de ocupar cada vez mais os espaços na vida pública, ampliando nossa presença nos cargos de comando do Legislativo, no Executivo, Judiciário e em todos os lugares pra termos vozes ecoando as mudanças que queremos, sob o ponto de vista da alma feminina. Ou seja, firmes na luta, mas com todo afeto!

Neide Pacheco